Em sua primeira coletiva desde a vitória do democrata Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro participou de um evento em Brasília nesta terça-feira (10), para o relançamento da atividade turística no Brasil e afirmou que a população não pode ter medo de uma segunda onda do coronavírus por aqui. “Precisamos deixar de ser um País de maricas”, afirmou, completando logo em seguida: “Olha que prato cheio para a imprensa, a urubuzada que tá ali atrás.”

“Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer algum dia”, disse o presidente, que afirmou momentos antes ser um “empregado” dos empreendedores. “Aqui, começam a amedrontar povo brasileiro com segunda onda [da covid-19]. Tem que enfrentar, é a vida”, disse sobre o vírus que já matou mais de 161 mil brasileiros.

Na véspera, Bolsonaro tinha comemorado através de um comentário no Facebook a morte de um dos brasileiros voluntários que participavam dos testes para uma vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida pelo Instituto Butantã. “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o [governador João Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la”, escreveu ao ser questionado por um seguidor, minutos após os estudos no Brasil terem sido interrompidos pela Anvisa. “O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.”

Mais cedo, o presidente foi alvo de uma notícia-crime enviada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, à Procuradoria-Geral da República, sobre o envolvimento do governo na defesa de Flávio Bolsonaro, durante as investigações de rachadinha no antigo gabinete do filho 01 na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

A notícia foi revelada pela coluna de Guilherme Amado, na Época, e não foi comentada pelo presidente, que foi denunciado pelos supostos crimes de improbidade administrativa, tráfico de influência e tráfico de influência.