A primeira edição da Híbrida está no ar! De forma independente, colaborativa e voltada completamente para o meio online, o tema dessa estreia é “Levanta e Luta”: uma ação necessária em tempos nos quais os direitos, a liberdade e a própria vida da comunidade LGBT+ estão sendo colocados em risco diariamente.
Nas matérias que você encontra na nossa edição de estreia, é possível achar a inspiração necessária para seguir adiante e continuar lutando, através de pessoas e projetos que, mesmo com todas as adversidades, ainda são capazes de fazer a diferença em meio ao conservadorismo crescente no Brasil e no mundo.
Nosso objetivo com essas reportagens é mostrar todas as nuances do movimento e suas mais diferentes formas de resistência, indo além dos estereótipos e celebrando o máximo de particularidades desses agentes que querem e estão em todos os espaços: não importa a idade, cor da pele, crença religiosa, origem, peso, profissão, estilo, identidade de gênero ou sexualidade.
Dos versos carregados de irreverência, dor e poesia que Linn da Quebrada taca na cara da sociedade à força e coragem dos lutadores que treinam com o Piranhas Team, buscamos reacender dentro de cada um a esperança em uma realidade mais inclusiva e a inspiração para andarmos de cabeça erguida.
É impossível enxergar a verdadeira realidade dos LGBT+ no mundo contemporâneo sem procurar entender todas as camadas e recortes sociais nos quais eles estão inseridos. Do micro ao macro: como a ascensão de um jovem estilista para assumir seu “Bicha Power” na moda passa por estigmas similares aos de uma artista carioca e independente que encara seu corpo de forma livre e vê na unha uma navalha de autoproteção? Como a declaração de suas identidades incomodou uma sociedade hostil às diferenças e, ao mesmo tempo, lhes deu a arma necessária para combatê-la?
Ao abordar essa luta, é preciso também entender que as censuras, assassinatos e perseguições no Brasil não são fatos isolados e pontuais. A ascensão de movimentos extremistas e seus discursos de ódio e mentiras têm se manifestado mundo afora, com seus interesses financeiros mascarados de “valores” e “bons costumes”. E lembram dos campos de concentração para gays na Chechênia? Para dar uma ideia melhor de como essa distopia é real, contamos a história por trás dessas prisões e torturas, onde uma ONG russa já teve que resgatar mais de 76 pessoas perseguidas única e simplesmente por sua sexualidade.
Das crescente tímida e necessária das sapatões no audiovisual à chegada do Truvada, a “vacina contra o HIV”, no Brasil, queremos mostrar como o mundo está mudando e, mesmo com todos os empecilhos, para algo melhor. Aqui, você entendera por quê as diferenças de cada um devem ser vistas, comemoradas e não repelidas. Mesmo parecendo difícil, é preciso e possível abrir os olhos, levantar e lutar.
