Na última sexta-feira (23), Mário Frias tomou as redes sociais para atacar uma publicação feita no dia 12 pelo perfil oficial do Museu da Língua Portuguesa. Nela, o secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro criticou a presença do pronome neutro “todes”, utilizado para sinalizar a inclusão de pessoas não-binárias no idioma.

“Nesta nova fase do MLP, a vírgula – uma pausa ligeira, respiro – representa o recomeço de um espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma: venham, voltamos! #31JulhoMLP”, publicou o museu.

Frias, que tem se alinhado às pautas ideológicas do presidente Jair Bolsonaro, rebateu a publicação com uma ameaça: “O Governo Federal investiu R$ 56 milhões nas obras do Museu da Língua Portuguesa, para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua. Não aceitarei que esse investimento sirva para que agentes públicos brinquem de revolução”, disse.

“Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal”, rebateu Frias.

Após o ocorrido, o museu divulgou um comunicado se posicionado sobre o tema, onde afirmou estarv aberto para debater todos os temas relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra. Leia a nota na íntegra:

“Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade”.