Uma pesquisa realizada pela organização The Trevor Project apontou que uma entre quatro pessoas jovens da comunidade LGBTI+ dos Estados Unidos se identificam hoje como não-binárias. O levantamento foi feito com mais de 35 mil participantes, dos 13 aos 24 anos, durante o último trimestre do ano passado. 

Dos 35 mil participantes da pesquisa, 26% se declararam como não-bináries. Dentre eles, 72% disseram utilizar o termo para descrever suas identidades de gênero, enquanto 29% optaram por “queer”, 27% com “gender nonconforming”  24% “genderfluid”, 23% “genderqueer”, 23% “andrógino”, 15% “agênero”, 10% “demigirl”, 8% “demiboy”, 4% “genderflux” e 4% “bigender”.

Não-binário, como definido pela própria organização, se refere a alguém cujo gênero não se encaixa nas construções tradicionais de feminino e masculino. A pesquisa, no entanto, nota que as identidades trans e não-binárias podem se justapor, embora os termos não sejam sinônimos de uso intercambiável. Segundo dados apresentados, 50% dos jovens que se identificaram como não-binários também se identificaram como transgêneros, enquanto 20% respondeu se questionar a respeito da identidade de gênero.

O estudo também revelou que jovens não-binários que não são respeitados pelo uso correto de seus pronomes têm 2,5 vezes mais chance de cometerem suicídio se comparados àqueles que relataram serem tratados de maneira adequada. Além disso, trans e não-binários que conseguiram mudar seus nomes e/ou marcadores de gênero em documentos, além daqueles que possuem acesso a espaços ligados à comunidade LGBTI+, demonstram menor probabilidade de tirarem suas próprias vidas.

Para Jonah DeChants, um dos pesquisadores da The Trevor Project, “pessoas jovens estão usando uma linguagem variada para descrever as nuances de suas identidades de gênero fora da construção binária”. Ele diz: “Embora certamente exista uma sobreposição, a juventude compreende ‘transgênero’ e ‘não-binário’ como termos de identidade distintos – e você não pode assumir a identidade de alguém baseando-se somente nos pronomes que usa”.