Alerta de gatilho: imagens fortes, transfobia, tortura e agressão física.

Uma travesti foi espancada e agredida a pauladas dentro do porta-malas de um carro na tarde da última segunda-feira (19), no residencial Parque Brasil III, zona Norte de Teresina, no Piauí. Posteriormente, ela foi amarrada por dois civis e arrastada até dois agentes da Guarda Civil Municipal, que não socorreram a vítima de prontidão, como mostra vídeo compartilhado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

À Híbrida, a Antra comentou que o episódio “trata-se de um caso explícito de tortura, omissão de socorro pelas diversas pessoas que estavam em volta, gravação e publicação de uma situação de extrema violência e crueldade, e de transfobia por omissao da Guarda Municipal diante do ocorrido, quando opta por não interromper o ciclo da violência, das humilhações e da crueldade que estava sendo imposta quando a moça estava amarrada e jogada no chão”.

Ainda de acordo com a Antra, a vítima é conhecida como Amaral e já foi acolhida pelos movimentos sociais de Teresina e pela rede de proteção à violência LGBTIfóbica do município.

Veja o vídeo abaixo (alerta: imagens fortes).

https://twitter.com/AntraBrasil/status/1417468218126520320

Em nota obtida pelo portal piauiense Cidade Verde, a GCM de Teresina afirmou que a equipe “encontrou uma travesti amarrada, suspeita de furtar apartamentos na região” e que, apenas depois de ter “ouvido os envolvidos”, foi orientado que “o suposto agressor a desamarrasse”. Ainda de acordo com o comunicado, a vítima foi algemada e encaminhada à Central de Flagrantes de Teresina junto com o “suposto agressor”.

A GCM afirma ainda que não presenciou o momento em que a travesti é torturada no porta-malas porque a equipe “chegou ao local posteriormente” e diz também não defender “que seja feita justiça com as próprias mãos”. Segundo a nota, o comando do órgão ainda “vai avaliar se houve falhas no procedimento”.

A Híbrida tentou contato com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, com o Ministério Público do Estado e com a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas, mas não houve resposta de nenhum dos órgãos até a publicação.

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