Em mais um episódio de sua campanha online contra a presença de transexuais no vôlei, a ex-jogadora Ana Paula Henkel foi ao Twitter para dizer que recebeu denúncia anônima sobre o suposto aumento de inscrições trans na Superliga Feminina. O evento seria um efeito colateral após a presença de Tifanny Abreu no Vôlei Bauru. Em um comunicado oficial enviado ao UOL, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) negou o ocorrido, e ainda frisou que todo nome inscrito no torneio é entregue pelos clubes.
“Me chega (sic) a informação, através de uma jogadora da Superliga (com medo de ataques me pediu para não divulgar o nome e jamais o farei) de que já existem NOVE pedidos na CBV de atletas transexuais que querem jogar a Superliga Feminina. Vocês podem confirmar ou negar isso, CBV?”, escreveu Ana Paula, na tarde desta segunda (01).
Acabo de confirmar com uma pessoa da própria CBV que existem pedidos, sim, de transexuais para atuarem na Superliga Feminina e que atualmente TRÊS casos estão sobre a mesa para análise e possível aprovação.
— Ana Paula Henkel (@AnaPaulaVolei) 1 de abril de 2019
Pouco tempo depois, ela voltou à rede social para reafirmar a declaração, com um novo número de supostas candidaturas: “Acabo de confirmar com uma pessoa da própria CBV que existem pedidos, sim, de transexuais para atuarem na Superliga Feminina e que atualmente TRÊS casos estão sobre a mesa para análise e possível aprovação”, publicou.
Em apuração feita pelo blog Olhar Olímpico, do UOL, a CBV classificou ambas as declarações como falsas. “O período de inscrições de atletas na Superliga Cimed terminou em janeiro de 2019 e a instituição não recebeu nenhum novo pedido após essa data”, informou o órgão.
Através de uma nota oficial, o órgão voltou a negar que tenha recebido qualquer inscrição de jogadora trans para a Superliga Feminina: “”Em relação a segunda pergunta, a Confederação Brasileira de Voleibol não recebeu nenhum novo pedido de registro de alguma atleta mulher que tenha nascido/tido registro social como homem”.
Projeto de lei para proibir jogadoras trans
Enquanto Ana Paula Henkel inflamava o ânimo de seus seguidores no Twitter, o deputado Altair Moraes (PRB) apresentou um projeto de lei que pretende usar “o sexo biológico como único critério de definição de gênero para partidas esportivas no Estado de São Paulo”. O objetivo do PL 346/19 é proibir a entrada de transexuais nas equipes do gênero com o qual se identificam, mesmo que seja contra as regras do Comitê Olímpico Internacional.
Em entrevista ao Estadão, o deputado disse que o objetivo da lei é trazer de volta a “moralidade” ao esporte. O projeto ainda deve passar por tramitação na Câmara Legislativa de São Paulo, onde será votado.