Poucas semanas depois de homenagear Beyoncé e Jay-Z com o Prêmio Vanguarda, a GLAAD, organização que monitora a representação LGBT na mídia, entregou na noite do último sábado (4),o título de Advocate for Change para Madonna. Dedicado a personalidades que “através de seu trabalho, mudam o jogo para pessoas LGBTQ ao redor do mundo”, o prêmio só havia sido entregue anteriormente para Bill Clinton, em 2013.
“Por que eu tenho lutado pela mudança? Essa é uma pergunta difícil de responder”, começou Madonna em seu discurso. “É como explicar a importância de ler ou a necessidade de amar. Enquanto crescia, eu sempre me senti uma estranha. E não era porque eu não depilava minhas axilas, OK? Eu simplesmente não me encaixava”.
A Rainha do Pop então relembrou o seu primeiro contato com um homem gay, ainda no ensino médio. “Seu nome era Christopher Flynn. Ele era meu professor de balé e foi a primeira pessoa que acreditou em mim, que me fez sentir especial como dançarina, artista e ser humano. Eu sei que pode ser bobo e superficial, mas ele foi o primeiro homem que me disse que eu era bonita.”
Foi graças a Flynn, ela contou, que Madonna conheceu sua primeira boate gay, em Detroit: “Pela primeira vez, eu vi homens beijando homens, meninas vestidas como meninas, meninos usando hot pants, danças loucas e incríveis, e um tipo de liberdade, alegria e felicidade que eu nunca tinha visto antes. Eu finalmente senti que não estava sozinha, […] e isso me deu esperanças”.
De acordo com a GLAAD, um dos motivos para Madonna ter sido homenageada foi se combate contra a epidemia do HIV nos EUA dos anos 1980. Durante seu discurso, ela comentou como a doença lhe tirou algum dos seus maiores e melhores amigos, e como isso fez com que ela mudasse sua atitude em relação à luta por direitos LGBTs.
“Era uma praga que se movia como uma nuvem negra sobre Nova York, e num piscar de olhos levou todos os meus amigos”, disse, citando Martin Burgoyne, com quem dividiu um apartamento, e o artista Keith Hering. “Foi então que ‘segurei o touro pelos chifres’ e decidi lutar de volta”, explicou, sobre o período em que arrecadou fundos para pesquisas direcionadas ao HIV e protestou publicamente sobre o descaso institucional ao vírus.
Madonna dedica música aos fãs LGBTQs
Na sexta anterior ao GLAAD, Madonna lançou “I Rise”, segundo single promocional de “Madame X”. Através de um comunicado, ela explicou: “Escrevi essa música como uma forma de dar voz às pessoas marginalizadas que não têm a oportunidade de falarem o que pensam. Este ano, nós celebramos os 50 anos do Orgulho LGBT e eu espero que essa canção encoraje todos os indivíduos a serem quem são, falar o que pensam e se amarem”.
No início do ano, em 1º de janeiro, Madonna também visitou o bar Stonewall Inn, berço do Orgulho LGBT, em Nova York, para celebrar os 50 anos do movimento: “Chega de violência contra esta comunidade. Chega de estereótipos, de opressão, de dor e de sofrimento. Por anos, nenhum lugar para pessoas LGBTs era realmente seguro. Não nos esqueçamos dos irmãos e irmãs que vieram antes de nós”, disse em seu discurso.
Abaixo, relembre 5 momentos em que Madonna lutou pela comunidade LGBT:
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