Confira a retrospectiva completa da Híbrida com as pessoas, momentos, filmes, séries, músicas, beijos e entrevistas LGBTQIA+ que marcaram 2023
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Enquanto o Brasil praticamente inteiro estava desprevenido, a primeira e única Beyoncé surgiu de surpresa em Salvador para celebrar o lançamento do filme Renaissance: A Film by Beyoncé em solo brasileiro na noite desta quinta-feira, 21. Enrolada na bandeira da Bahia, Queen B finalmente pôs fim a uma tarde sofrida de dúvidas, investigações e especulações nas redes sociais, mostrando que o ano realmente só acaba quando termina.

Boatos de que *alguma coisa* relacionada a Beyoncé estava para acontecer começaram no início da semana, quando alguns jornalistas, influenciadores, artistas e políticos deram a entender que “ela estava entre nós”, na mesma semana em que o filme chegava aos cinemas brasileiros. Logo, Yvette Noel-Schure, Justina Omokhua e Ivy McGregor, representantes da Parkwood Entertainment e da BeyGOOD, a megaprodutora e a fundação filantrópica de Beyoncé, foram vistas em Salvador, o que aumentou ainda mais a suspeita dos fãs.

Antes mesmo da quinta-feira, descobrimos que a cantora faria uma edição brasileira da Club Renaissance, festa promovida ao redor do mundo para celebrar o lançamento do disco e, depois, do filme de mesmo nome. Os cartazes do evento mostravam que ele era realizado por uma parceria da Parkwood com a TV Globo e produção da IDW.

No dia da estreia, enquanto apresentava uma sessão do filme, Yvette deixou no ar que somos “os melhores fãs do mundo” e “mesmo que o filme tenha chegado um pouco atrasado, não é o fim”. “É o momento certo para o Brasil”, disse, anunciando uma surpresa para os fãs ao fim da exibição.

A surpresa era um convite expresso com tudo pago para a edição baiana da Club Renaissance. Dali, os fãs que estavam no cinema foram transferidos de ônibus diretamente para o Centro de Convenções de Salvador, onde uma mega estrutura similar aos outros eventos de divulgação do filme estava montada.

O frenesi começou oficialmente e não coincidentemente às 4:44 da tarde (quem sabe, sabe), quando um herói da internet forneceu os dados e link para rastrear um jatinho do mesmo modelo usado por Beyoncé e saindo de Nova York com destino a Salvador. Daí em diante, foram horas de ansiedade em um dos dias mais babilônicos do ano para o Twitter/X.

O jatinho Bombardier Global 500, que custa US$ 75 milhões (R$ 366 milhões) e no qual Beyoncé supostamente estaria a bordo, foi acompanhado por cerca de 4 mil pessoas e se tornou o transporte mais vigiado do mundo naquela tarde. Ao pousar em Salvador, já no início da noite, um comboio de viaturas acompanhou os passageiros do voo e a essa altura todo mundo já acompanhava pelas janelas de casa e redes sociais o que estava acontecendo, ainda sem confirmação de que se tratava mesmo da cantora.

A partir daí, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), já tinha entrado na brincadeira, Beyoncé era o assunto mais comentado nas redes (foram mais de 1 milhão de publicações) e até a Guarda Municipal tinha confirmado a vinda da cantora em uma publicação. Mas a desconfiança era tamanha que tanto quem estava na festa quanto quem acompanhava online o desenrolar da saga ainda cogitava se aquilo tudo não passava de uma pegadinha.

Foi então que a própria Beyoncé entrou na brincadeira e publicou nos stories um meme do cavalo Raleigh, o mesmo da capa do Renaissance, desembarcando em um aeroporto. Como uma boa brasileira de consideração, o jeito fanfarrão da artista aumentou ainda mais o burburinho, os ânimos e a tensão.

Já eram mais de 23h quando o sonho se tornou realidade e Beyoncé subiu ao palco da Club Renaissance em Salvador. Vestida de prata da cabeça aos pés, ela foi ovacionada pelo público ao entrar enrolada na bandeira da Bahia para um breve discurso.

O que Beyoncé fez no Brasil?

Beyoncé foi do aeroporto direto para a festa e de lá ninguém sabe se ela voltou para Nova York ou continua no País, mas a teoria mais crível é de que a artista não se encontra mais em solo brasileiro. Na Club Renaissance, ela fez um discurso emocionado, no qual declarou seu amor pelo Brasil e pelos fãs daqui.

“Eu vim porque amo muito vocês. Era muito importante para mim estar aqui, bem aqui na Bahia”, disse. “A ‘Renaissance’ é sobre liberdade, beleza, alegria e resiliência. Tudo que vocês são. Obrigada por todo o apoio durante todos esses anos. Vocês são únicos, Bahia. Vocês são os número 1 em meu coração”, acrescentou, em referência aos versos de “Alien Superstar”.

A artista ainda tentou fazer o “mute challenge” com a plateia, mas falhou miseravelmente na tarefa de conseguir silêncio. “Eu não consegui trazer a Turnê Renaissance, mas estou muito feliz de dar o filme Renaissance para que vocês possam fazer parte da Renaissance. porque vocês são a Renaissance”, disse, para a decepção de quem encarou isso como um sinal de que nem tão cedo teremos anúncio de shows por aqui.


A Club Renaissance teve open bar e open food bancados pela equipe da artista. Nos bastidores, Beyoncé ainda recebeu um seleto grupo de convidados, como Preto Zezé, presidente global da Central Única das Favelas (CUFA), equipes de seus fan sites e Ludmilla, que postou um vídeo emocionada depois do encontro.

A última vez que Beyoncé esteve no Brasil foi em 2013, quando apresentou o show da turnê mundial The Mrs Carter no palco do Rock In Rio, com direito a improviso ao som de “Passinho do Voltante”. Dessa vez, a visita foi mais breve, mas serviu para animar a reta final do ano bem às vésperas do Natal, levar paz à timeline e render memes inesquecíveis de adoração à artista e merecidamente à Bahia.