Menos de um mês após ter dito que “Brasil não pode ser país do mundo gay, temos famílias”, o presidente Jair Bolsonaro retirou o incentivo ao turismo LGBT do Plano Nacional para o setor, através de decisão publicada hoje, 15, no Diário Oficial da União. Desenvolvido em 2018 pela gestão de Michel Temer, ele previa a promoção e incorporação “de segmentos especiais de demanda ao mercado interno, em especial os idosos, o público e as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e os turistas LGBT”.
O documento original, que pode ser acessado aqui, orientava todos os entes da federação e estimularem “o desenvolvimento de um turismo acessível a todos”, assim como a sensibilização do setor “para o combate à discriminação do público LGBT no turismo”, com base na Lei nº 11.771, de 2008.
O Plano Nacional de Turismo ainda frisava, com dados da Organização Mundial do Turismo, que “turistas LGBT representam 10% dos viajantes no mundo e movimentam 15% do faturamento do setor”, como contamos aqui.
Ainda de acordo com o texto, tal visão traria “para além dos benefícios econômicos, benefícios sociais que se expressam tanto para os destinos como para os viajantes LGBT. O destino pode associar sua imagem à tolerância, inclusão e diversidade e o turista LGBT tem sua experiência melhorada em um ambiente amigável e preparado para recebê-lo livre
de preconceito”.
A retirada das diretrizes por Bolsonaro foi publicada nesta manhã, em medida que mantém o texto original desenvolvido pelo então ministro do Turismo, Marx Beltrão, mas suprime apenas o item direcionado aos viajantes LGBTs. Vale lembrar que, em 2017, o segmento apresentou crescimento de 11%, contra 3,5% do turismo de forma geral, de acordo com o Fórum de Turismo LGBT.