O primeiro encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+ foi marcado para entre os dias 15 e 17 de maio, em São Paulo. O grupo é formado por mais de 25 organizações da sociedade civil, em resposta ao avanço do conservadorismo nas instituições de poder do País, à grande perseguição de pessoas LGBTI+ no Brasil e aos ataques de direitos sofridos pela comunidade desde a eleição de, Jair Bolsonaro em 2018.
O Conselho foi criado em 28 de junho de 2020, data que marcou um ano da extinção do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dados Direitos Humanos de LGBT (CNCD/LGBT) e Dia Internacional do Orgulho LGBTI+. Para Léo Ribas, articuladora nacional da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), é necessário o fortalecimento da resistência à necropolítica nefasta instaurada no Brasil.
“Compõem o Encontro entidades do movimento social organizado LGBTI, órgãos de classe, sindicatos e associações. O Conselho, que encabeça o Encontro, é composto por entidades de âmbito Nacional que defendem o estado democrático de direito, a ciência e a vida das populações vulneráveis”, explica.
Dê Silva, mulher trans e professora da rede municipal de educação em Rondonópolis, representa a Via Campesina Brasil no Conselho. “O Encontro nasce com o intuito de denunciar os assassinatos e a violência que atinge as populações LGBTQIA+ e a impunidade dos crimes cometidos contra a nossa população”, aponta. “Entendemos que nesse momento histórico que vive o Brasil a unidade faz necessário.”
Segundo a professora, o Encontro trará a sistematização das discussões negligenciadas pelo governo federal e que representam Bolsonaro. Ela explica que o objetivo é, também, “fazer atos políticos e culturais a fim da promoção e defesa da cultura, da liberdade de ser e amar quem a gente desejar e exigir do Estado brasileiro que se cumpram os direitos constitucionais e que seja resguardado sobretudo o direito da população LGBTQIA+ à dignidade humana”.
A programação ao longo dos três dias de evento envolve mesas de diálogo, palestras e “discussões acerca dos temas que envolvem as populações LGBTQIA+ no Brasil”, explica a professora.
No domingo (15), haverá o lançamento do Programa Brasil de Todas as Cores, uma plataforma de luta e direitos sociais do Campo Popular, que visa discutir a implementação de políticas públicas para as populações LGBTI no Brasil.
A segunda-feira (16) contará com mesas de debate sobre a conjuntura política, as demandas por políticas sociais e estratégias de resistência ao fascismo. As discussões também percorrerão os campos da cultura e da arte.
O Encontro terá como encerramento um grande ato político e cultural intitulado “Bolsonaro Nunca Mais”, com shows e intervenções.
“Queremos fazer esse chamamento público e coletivo, esse convite às populações LGBTQIA+ da grande São Paulo e região e fazer essa convocatória às pessoas que estão comprometidas com o debate da classe trabalhadora, que estão comprometidas com a defesa incessante dos direitos das populações LGBTQIA+ para que venha para as ruas com a gente no dia 17 nesta data tão simbólica de luta”, enfatiza Dê Silva.