A Gênero e Número fez uma pesquisa entre LGBTs para avaliar a comunidade sentiu o impacto das eleições 2018 no que diz respeito à sua própria segurança. De acordo com o relatório Violência contra LGBT+s nos contextos eleitoral e pós-eleitoral”, 92,5% dos entrevistados afirmaram que houve uma escalada de violências contra esse grupo ao longo do segundo semestre de 2018. Entre homens gays, 49% dos participantes afirmaram ter sofrido algum tipo de agressão no mesmo período.

Realizada em parceria com a Fundação Ford, a pesquisa inédita considerou como fator agravante para as agressões o discurso LGBTfóbico de Jair Bolsonaro. “Declarações do então candidato a presidente Jair Bolsonaro a respeito dos homossexuais e outros grupos vulneráveis estimularam, em certa medida, parte de seu eleitorado a expor preconceitos e discriminações”, afirma o relatório.

O local mais recorrente em que essas agressões aconteceram foram “ruas ou espaços públicos”, que totalizam 83% dos casos relatados; em seguida, com quase metade das ocorrências, estão “comércio e/ou serviço público”. Veja o quadro completo abaixo:

(Foto: Reprodução)
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No recorte de gênero e orientação sexual, a população trans foi a que registrou maior incidência de agressões, com 65% das pessoas entrevistadas afirmando que foram vítimas de alguma violência ao longo do período eleitoral. Dentre as lésbicas, 57% afirma ter sofrido algum tipo de agressão, verbal ou física.

(Foto: Reprodução)
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As agressões mais recorrentes entre os entrevistados foram as verbais, que correspondem a 94% dos registros, seguidas pelo tratamento discriminatório (56%) e o assédio moral (54%).

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Enquanto a maior parte dos entrevistados (86%) afirma que as agressões vieram de pessoas desconhecidas, o Facebook foi a rede social mais hostil para o grupo de amostra. Amplamente criticado pela irresponsabilidade com que trata o conteúdo postado em sua rede e os usuários que desrespeitam suas regras, a rede criada por Mark Zuckerberg corresponde a 30% das agressões feitas no meio online.

(Foto: Reprodução)
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A publicação ainda registra que o discurso de ódio se materializou tanto através xingamentos e ofensas em redes sociais como em ameaças de morte e homicídio de pessoas LGBT+ com motivação político-eleitoral, como havíamos contado aqui. “Como os dados mostram, há forte aderência ao entendimento de que as violências contra tais grupos aumentaram durante e após as eleições.”

Para conferir a pesquisa completa e entender como foi feita sua metodologia e qual o grupo de amostragem entrevistado, é só clicar aqui.