Kaká di Polly, uma das maiores drag queens de São Paulo e um ícone LGBTI+, morreu nesta segunda-feira (23), aos 63 anos. O motivo da morte não foi divulgado, mas a informação foi confirmada por ativistas e amigos da artista.
Nascida Carlos Alberto Polycarpo (Carlinhos, para os amigos próximos), Kaká foi figura fundamental na consolidação da Parada do Orgulho Gay (como era chamada à época) quando, em sua primeira edição, deitou-se sobre o asfalto da Avenida Paulista e impediu que viaturas da polícia militar impedissem o desfile de acontecer.
Nos últimos anos, Kaká foi criticada por ter declarado voto em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Durante a pandemia, ela não foi convidada para participar da edição online da Parada do Orgulho, em 2020. Em uma carta aberta postada em suas redes sociais à época, ela confessou ter se arrependido da escolha para presidente.
“O fato de eu ter votado ‘errado’, não desmerece a minha luta, não desfaz a minha história e NÃO É JUSTIFICATIVA, como alguns alegaram, para eu ser IGNORADA durante a tal parada virtual. Aliás, aos que afirmam que este teria sido o motivo, quero saber como justificam os outros tantos nomes que foram esquecidos”, escreveu à época.
Kaká era figura conhecida na noite paulistana desde os anos 1970 e 1980, quando era presença cativa na antiga boate Medieval, a primeira abertamente gay de São Paulo. A forma esdrúxula que assumia em sua persona drag lhe renderam o apelido de “Divine brasileira“, em comparação com a musa camp de John Waters.
A morte de Kaká di Polly foi lamentada por artistas, influenciadores, ativistas e outros ícones LGBTI+, como a amiga Nany People. Veja abaixo algumas homenagens:
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Hoje infelizmente perdemos mais um ícone da noite e da militância LGBT. Descanse em paz, Kaká Di Polly 🖤 pic.twitter.com/kbvO0dnlCv
— PJ (@PenelopyJean) January 23, 2023