A ex-jogadora da Seleção Feminina Ana Paula Hankel, conhecida como “Ana Paula do Vôlei”, foi processada no último domingo (21) após ter chamado um assessor de imprensa de “bicha brega” por mensagem direta no Instagram. De acordo com Alexandre Alvim, o comentário foi feito após ele ter postado a música “Black Parade”, lançada por Beyoncé na sexta-feira (19).

“A bicha se acha linda. Você é muito brega. Puta que pariu! Hahahahaha se olha no espelho. Você é muito brega bicha”, teria dito Ana Paula ao assessor, de acordo com uma captura de tela encaminhada por ele aao jornal Folha de S. Paulo.

O desentendimento entre os dois teria começado quando Ana Paula criticou as passeatas pelo Black Lives Matter nos Estados Unidos, onde reside, e se opôs aos protestos em favor de George Floyd. À época, ela postou no Twitter “12% negros, 62% dos roubos, 56% dos assassinatos. Faça as contas” e foi criticada por Alvim.

Print em que Ana Paula aparece chamando Alexandre Alvim de "bicha", encaminhado por ele ao jornal Folha de S. Paulo (Reprodução)
Print em que Ana Paula aparece chamando Alexandre Alvim de “bicha”, encaminhado por ele ao jornal Folha de S. Paulo (Reprodução)

“Citei a ironia que era a geração dela sempre perder e ter apanhado fora da quadra para uma seleção preta [de Cuba] e que, na posição dela, tínhamos as duas maiores centrais da história, pretas e icônicas do vôlei: Regla Torres e Magaly Carvajal“, relatou o assessor, em entrevista à Folha.

A resposta de Ana Paula veio 18 dias depois, mas essa não é a primeira vez que ela é acusada de se opor à comunidade LGBTQ. A ex-jogadora é uma das principais vozes contra a participação de atletas trans no esporte e inclusive já foi acusada de transfobia contra a jogadora Tifanny Abreu, quando se referiu a ela repetidamente com pronomes masculinos.

Ana Paula também defende projetos de lei que proíbem a participação de transexuais em esportes, como contamos aqui.

Se você ainda não ouviu, solte o play em “Black Parade” no link abaixo. A música é uma ode de Beyoncé à cultura negra e suas raízes, lançada em 19 de junho, data em que é comemorado o fim da escravidão nos Estados Unidos.