As Olimpíadas de Paris 2024 chegaram ao fim neste domingo (11) como os jogos mais diversos da história, com 195 atletas abertamente LGBTQIA+, em levantamento feito pelo site Outsports. Ao todo, os esportistas da comunidade conquistaram 42 medalhas, sendo 15 de ouro, 13 de prata e 14 de bronze, um total que supera em 25% o que foi conquistado na última edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio.

O levantamento da Outsports é feito com base no novo modelo de contagem, que considera todas as medalhas de ouro, prata e bronze, onde cada equipe que chegou ao pódio corresponde a uma única medalha, ainda que tenha mais de um membro LGBTQIA+. Na última edição dos Jogos Olímpicos, o time de atletas da comunidade tinha 186 membros e conquistou um total de 33 medalhas.

A maior parte dessas conquistas foram de atletas em categorias femininas, sendo apenas duas medalhas em modalidades masculinas. Se fosse um país, o Time LGBTQIA+ seria o 7º no ranking de medalhas, à frente de países como Coreia do Sul, Itália e Brasil.

As mulheres da delegação brasileira brilharam nessas Olimpíadas, e no recorte da diversidade não foi diferente. Todas as medalhas LGBTQIA+ do país foram conquistadas por mulheres, como os bronzes de Beatriz Ferreira no Boxe, Rafaela Silva no Judô por equipes, e o quarteto do Vôlei formado por Gabi, Rosamaria, Roberta e Carolana.

Rafaela Silva foi uma das atletas LGBTQIA+ que conseguiram alguma medalha nas Olimpíadas de Paris e garantiu o bronze do Brasil no Judô por equipes (Foto: Miriam Jeske/COB)
Rafaela Silva foi uma das atletas LGBTQIA+ que conseguiram alguma medalha nas Olimpíadas de Paris e garantiu o bronze do Brasil no Judô por equipes (Foto: Miriam Jeske/COB)

Outras brasileiras que subiram ao pódio foram as jogadoras de futebol feminino. Capitaneadas por Marta, a equipe se superou durante a competição, derrotando as favoritas França e Alemanha, e ficou com a prata após perder a final para os Estados Unidos. Foi a terceira medalha prateada na modalidade, que voltou a um pódio olímpico depois de 16 anos com nomes como Lorena, Tamires, Adriana, Tarciane e a própria Marta.

Mas sem dúvidas, a maior conquista da comunidade brasileira veio aos pés da Torre Eiffel, na arena de Vôlei de Praia. Junto com sua dupla Duda, a mineira Ana Patrícia confirmou o favoritismo e colocou a medalha de ouro no peito, após uma final disputada contra as canadenses Melissa e Brandie. Um momento único na vida da voleibolista de 26 anos, que sofreu com depressão após a eliminação em Tóquio 2022.

Outros atletas LGBTQIA+ com medalhas nas Olimpíadas 2024 

Além do Brasil, vários países contribuiram para as medalhas de atletas da comunidade. A velocista estadunidense Sha’Carri Richardson se tornou campeã olímpica após fechar o revezamento 4×100 feminino no Atletismo, enquanto o britânico Tom Daley levou a prata nos Saltos Ornamentais. Outro pódio especial contou com a boxeadora Cindy Ngamba, que se tornou a primeira medalhista da história do Time de Refugiados ao conquistar um bronze em Paris.

Basquete Femininos dos EUA é o time mais LGBTQIA+ de Paris 2024 (Foto: Reprodução/ USA Basketbal)
Basquete Femininos dos EUA é o time mais LGBTQIA+ de Paris 2024 (Foto: Reprodução/ USA Basketbal)

A última medalha veio com o time mais diverso de toda essa edição das Olimpíadas, a equipe feminina de basquete dos EUA. O grupo que conquistou o ouro no segundo final da partida contra a França conta com nada menos que sete atletas da comunidade: Breanna Stewart, Diana Taurasi, Alyssa Thomas, Brittney Griner, Jewell Loyd, Chelsea Gray e Kahleah Copper.

As 42 medalhas conquistadas este ano por atletas da comunidade também superam o total de qualquer um dos países que criminalizam a existência dessa população e competiram nesta edição dos Jogos.

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