Veronyka Gimenes, travesti não-binárie, programadora e fundadora da iniciativa Código Não Binário, montou uma proposta interessante: a partir do uso da inteligência artificial, ela tem criado versões realistas de políticos conservadores, que se colocam à oposição de pautas que beneficiam a comunidade LGTBQIA+, como drag queens e drag kings nas redes sociais.
Para ela, a proposta é uma experiência lúdica e uma maneira de contextualizar o conceito de performance de gênero a partir da arte drag: “Essas imagens […] promovem para quem vê que o jeito de se vestir, falar e se comportar no mundo, todos os dias, também é uma performance de gênero, seja você cishetero ou dissidente desse sistema que desembarca aqui com a colonização. Drags sabem brincar com essas performances e fazem disso arte”.
A primeira coletânea, já disponível no Twitter, Instagram e TikTok da programadora, recebeu o nome de “bancada do glitter” e é formada por imagens dos políticos Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP), Ana Campagnolo (PL-SC), Marcos Rocha (União Brasil-RO), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Marta Costa (PSD-SP), Iolando Souza (PSC-DF), Eyder Brasil (PL-RO), Mateus Wesp (PSDB-RS) e Fernando Máximo (União Brasil-RO).
“Como seria o Brasil se esses políticos compreendessem que o gênero é uma performance e que podemos todos brincar com ele? Com certeza isso poderia ajudar a sairmos da vergonhosa posição de ser um dos países mais violentos contra pessoas LGBTQIA+. E não dá pra negar que todos elus ficam muito melhores montades né?”, explica a artista sobre a obra.
Veronyka espera que a iniciativa dê visibilidade, provoque debates e traga mais pessoas a participarem da disputa contra os avanços conservadores, evitando a manipulação através do pânico moral e das fake news.
“A rede de pessoas ligadas a bancada da bíblia chama de “ideologia” qualquer medida que chame atenção para o fato de que existe desigualdade e discriminação de gênero e contra pessoas dissidentes de gênero e sexualidade, pessoas LGBTQIA. Mas eles não percebem que sustentar “jeitos certos” de ser homem e mulher é pura ideologia também”, conclui.
Confira as criações abaixo: