Fofura e inspiração: a pequena Noella McMaher, de apenas 10 anos, se tornou a modelo trans mais jovem a desfilar na tradicional Semana de Moda de Nova York (NYFW). Ela integrou o casting da Trans Clothing Company, marca comandada pela estilista Melissa Atkinson e que desde 2018 tem se destacado no cenário da moda por produzir roupas focadas no público transgênero e não-binárie.

“Ela estava tão animada para andar na passarela, empolgada para ver todas as pessoas e as câmeras. Ela sabe exatamente como trabalhar com a multidão. […] É ótimo que ela possa dar essa visibilidade trans em escala global. Ela está mostrando a todos que ser trans é lindo”, contou a mãe Dee McMaher, de 35 anos, ao jornal Metro. Com a ajuda do pai de Noellla, Ray, de 32 anos, ela tem encorajado o processo de descoberta da filha.


A modelo mirim começou a se entender como trans aos 4 anos, quando foi acompanhada por uma terapeuta e então se declarou uma menina. Segundo seus pais, a filha rejeitava usar roupas e outros códigos sociais tidos como masculinos. “Noella teve um começo difícil na vida por se sentir extremamente infeliz quando era entendida como um menino”, disse a mãe.

Três anos depois, ela mudou legalmente seu nome. Segundo os pais, Noella não fez nenhuma transição hormonal ou cirúrgica por ser muito jovem, mas eles permitiram que ela transicionasse socialmente por recomendação da terapeuta. “Ela floresceu assim que nós entendemos e permitimos que ela finalmente fosse si mesma”, conta Dee.

“É uma sensação boa que eu já esteja inspirando crianças trans a serem elas mesmas”, disse a pequena modelo, que participou de um desfile pela primeira vez aos 7 anos, na Semana de Moda de Chicago.

No momento, a carreira de Noella está em ascensão, com desfiles marcados até novembro deste ano. Especialistas da moda, inclusive, acreditam ela até terá faturado seu primeiro milhão até 2023. Por aqui, ficamos na torcida de vê-la decolar ainda mais longe e que outros pais de crianças trans sejam tão sensíveis quanto os da modelo.

Orgulhosa, Dee celebra o ativismo e a visibilidade da filha: “Ela é a primeira pessoa a dizer quando alguém está errado e sendo preconceituoso. Para uma menina de 10 anos, é muito madura. Ela quer mostras a outras crianças trans que está tudo bem em transicionar socialmente e se aceitar como você é”.