Além de Jennifer Lopez, que utilizou pronomes neutros para chamar e filhe não-binárie aos palcos, outro artista pop demonstrou seu apoio à comunidade LGBTI+ durante este o Mês do Orgulho. No último fim de semana, Harry Styles aproveitou a parada da sua Love On Tour em Londres para ajudar um fã a se declarar gay.

O garoto, não identificado, carregava uma placa escrita “De Ono para Wembley: me ajude a sair do armário” e chamou a atenção do cantor. Após ler o cartaz, Harry pegou uma bandeira do arco-íris na plateia e, andando com ela pelo palco, disse que quando a levantasse, o jovem seria “oficialmente livre”.

“Quando essa bandeira passar por cima da minha cabeça, você estará oficialmente livre. Acho que é assim que funciona: quando esse sinal passa por cima da cabeça, você é oficialmente gay, meu garoto. Agora você está livre!”, afirmou.

Esta não foi a única vez em que Styles ajudou um fã a abraçar sua orientação sexual em público. Há quatro anos, durante um show em San Jose, na Califórnia, uma fã chamada Grace conseguiu ser notada pelo artista quando levantou uma placa dizendo que iria se assumir para os pais por causa dele. Do palco, o músico então disse à mãe da garota que ela era LGBTI+.

 

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Mais tarde, a jovem, que se identifica como bissexual, relatou ao BuzzFeed News que “ele é um apoiador orgulhoso da comunidade LGBTI+ e tem feito com que vários fãs se sintam confortáveis e orgulhosos de serem quem são”. De acordo com Grace, a reação da sua mãe foi amistosa e as duas voltaram a frequentar mais shows do cantor após a revelação.

O conforto de Harry Styles em acenar a bandeira do arco-íris é antigo conhecido dos fãs e vem desde o começo da sua carreira, quando ainda integrava o One Direction. Em 2019, ele revelou para a Rolling Stone que o ato tem a intenção fazer com que seus fãs se sintam menos sozinhos.

“Eu quero fazer com que as pessoas se sintam confortáveis com o que desejam ser. […] Talvez em um show você possa ter um momento de saber que não está sozinho”, disse Harry Styles à revista.

E não é só a bandeira do arco-íris: o cantor já levou para os palcos a bandeira do Orgulho Bi e também do Orgulho Trans [Foto: Reprodução]
E não é só a bandeira do arco-íris: o cantor já levou para os palcos a bandeira do Orgulho Bi e também do Orgulho Trans [Foto: Reprodução]
Dono de hits como Watermelon Sugar e As It Was, ele também já ajudou instituições voltadas para a comunidade, como a GLSEN, que trabalha para acabar com a discriminação, assédio e bullying com base na orientação sexual, identidade e expressão de gênero dos Estados Unidos; e a London Friend, focada em ajudar a saúde mental de jovens LGBTI+ do Reino Unido.

Apesar de todo esse apoio (e desejo de grande parte dos fãs), Harry até hoje não deixou explícito se ele mesmo pertence à comunidade LGBTI+ ou não. Os boatos ganharam nova força em 2019, quando o cantor lançou o clipe da música “Lights Up”, onde aparece se envolvendo com outros homens.

O uso que Harry Styles também tem feito de vestidos, saias e outras roupas consideradas femininas nos últimos anos fez com que a questão voltasse à tona. Ainda assim, ele tem repetidamente dito que não “rotula” sua sexualidade. Em abril, o cantor voltou a se esquivar das perguntas sobre o tema, afirmando apenas que é “ultrapassado” declarar algo assim publicamente.

“Eu tenho sido realmente honesto sobre isso com meus amigos, mas essa é a minha experiência pessoal; é minha”, disse à revista Better Homes and Gardens. “O objetivo todo de para onde deveríamos estar caminhando, que é aceitar todos e ser mais aberto, é que isso não importa, e é sobre não ter que rotular tudo, não ter que esclarecer quais caixas você marca.”

Recentemente, o cantor foi capa da Rolling Stone norte-americana, onde fez declarações polêmicas a respeito da presença de cenas de sexo LGBTI+ no cinema. “Muito do sexo gay no cinema são dois caras fazendo isso, e isso meio que remove a ternura disso. […] Haverá, eu imagino, algumas pessoas que assistem ao filme que estavam muito vivas durante esse período no qual era ilegal ser gay, e [o diretor Michael Grandage] queria mostrar como é terno, amoroso e sensível”, comentou sobre o filme My Policeman, que estrela ao lado de Patrick Hazlewood e Emma Corrin, com estreia prevista ainda para este ano

A fala de Styles repercutiu nas redes sociais, com muitos fãs acusando-o de conservador e questionando seu passado, sob a ótica do queerbaiting – expressão utilizada para definir narrativas ou pessoas que se apropriam de “elementos” e comportamentos LGBTI+ para ganhar destaque entre o público queer, sem, necessariamente, se assumir como integrante da comunidade.

Colhendo o sucesso de seu terceiro disco solo, Harry’s House, o artista vem ao Brasil em dezembro, com três performances marcadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Os ingressos, infelizmente, já estão esgotados, mas ficamos na torcida de que sua presença em território nacional seja tão marcante quanto é lá fora!