Primeiro deputado gay eleito pelo partido Republicano dos Estados Unidos, George Santos está sendo investigado por uma porção de mentiras que contou em seus currículos escolar e profissional. Filho de brasileiros imigrantes nascidos no Queens, em Nova York, o parlamentar de 34 anos admitiu ter mentido após uma série de reportagens do jornal The New York Times ter revelado no último mês as inconsistências contadas durante sua campanha.

“Meus pecados aqui estão embelezando meu currículo”, disse Santos ao jornal. Na última quinta-feira (5), George Santos foi visto fazendo um gesto de “ok” lateral que é associado a supremacistas brancos pela junção do indicador e do polegar formando um “w” e um “p”, em referência a “white power” (poder branco). Veja abaixo:

 

Filho de imigrantes brasileiros, Santos foi eleito no ano passado com 54,1% dos votos, virando o terceiro distrito de Nova York, que representa subúrbios de classe média de Long Island, em favor do partido conservador. Agora, ele é investigado pelo Comitê de Ética da Câmara dos EUA e pelo Ministério Público do Rio, que reabriu um inquérito antigo no qual o parlamentar é acusado de estelionato.

Entre empregos, formação acadêmica, relação familiar e fortuna, confira abaixo 10 mentiras contadas por George Santos:

Experiência profissional

George Santos afirmou durante sua campanha que nos bancos de investimento Goldman Sachs e Citigroup, dois dos maiores nomes em Wall Street. Ao NYT, entretanto, ambas as empresas afirmaram nunca ter empregado Santos. Ele acabou confessando depois que “nunca trabalhou diretamente” em nenhuma delas.

Faculdade

Santos também afirmou em ocasiões diferentes que teria graduado em cursos da New York University e da Baruch College, mas quando ambas negaram ele admitiu que, na verdade, nunca frequentou uma instituição de ensino superior.

Ensino médio

Santos também mentiu sobre ter cursado o ensino médio na Horace Mann School, no bairro do Bronx, em Nova York. A versão contada era a de que ele precisou abandonar os estudos porque seus pais, brasileiros, estavam enfrentando dificuldades financeiras. Um representante do colégio, entretanto, negou ainda em dezembro que ele tenha se matriculado por lá.

Holocausto

Apesar de estar associado a atos, ideias e pessoas supremacistas, George Santos repetia que era judeu, assim como sua avó, que teria fugido do Nazismo durante o Holocausto. Depois, ele negou a religião e disse ser católico. De qualquer forma, uma pesquisa da CNN apontou que não há registro de nenhuma descendência ucraniana na família de Santos e que seus avós teriam nascido no Brasil mesmo.

Tiroteio da boate Pulse

Em uma entrevista de 2016, George Santos contou que perdeu quatro funcionários assassinados no tiroteio da boate Pulse, em Orlando. Segundo o NYT apurou, entretanto, nenhuma das vítimas da tragédia tinha qualquer vínculo profissional com o deputado.

Cheques roubados

Santos é procurado pelo Ministério Público do Rio por uma denúncia de estelionato. Ainda em 2008, ele teria feito compras em lojas de luxo e pagado R$ 5 mil com cheques roubados de um homem que morreu dois anos antes. A investigação foi abandonada em 2013, quando o MP desistiu de encontrá-lo, e reaberta agora que ele se tornou uma pessoa pública com endereço conhecido.

ONG de resgate animal

Em sua biografia, Santos dizia ter fundado a organização Friends of Pets, responsável por resgatar mais de 2.500 cães e gatos entre 2013 e 2018. O problema é que não existe nenhum registro público da instituição e pessoas ouvidas pelo NYT disseram que o projeto nunca decolou além de um evento inicial para arrecadas fundos – que nunca foram declarados.

Dinheiro de família

Segundo a história de realização do american dream contada por George Santos, sua família teria uma fortuna e 13 propriedades nos Estados Unidos. Nenhuma delas foi encontrada em seu nome, mas o jornal achou em seu lugar duas ordens de despejo equivalentes a uma dívida de aluguel superior a R$ 60 mil.

Drag queen

De acordo com foto compartilhada pela drag queen Eula Rochard, de 58 anos, Santos participou da primeira parada gay de Niterói, em 2005, montado como Kitara Ravache. O deputado, a princípio, negou seu passado nas redes sociais, mas, posteriormente, afirmou para o site TMZ que já se vestiu de drag uma vez, para se divertir em um festival.