As Olimpíadas de Paris 2024 acabaram, mas não sem entregar o evento esportivo mais diverso de todos os tempos, com 195 atletas abertamente LGBTQIA+, que levaram 42 medalhas para seus países durante as duas semanas de jogos. Entre tantas conquistas, vários celebraram a comunidade diante do mundo inteiro, e a Híbrida selecionou os momentos mais marcantes ao longo dessa jornada.
O Hino ao Amor de Céline Dion na abertura das Olimpíadas de Paris 2024
Como não se arrepiar com a maior intérprete viva do planeta cantando do alto da Torre Eiffel? A cantora Céline Dion foi a estrela da Cerimônia de Abertura, interpretando o clássico “Hymne À L’amour”, de Edith Piaf. Apesar da performance de Lady Gaga e do aceno ao ménage à trois da abertura, a primeira apresentação da diva canadense desde 2020 foi o ponto alto do evento, mostrando todo o seu poder e resiliência, após ter sido diagnosticada há dois anos com a Síndrome da Pessoa Rígida, uma doença rara e incurável que pode fazer com que a pessoa perca a capacidade de andar e falar.
Céline Dion has a rare autoimmune neurological disorder that causes muscle stiffness called stiff person syndrome. There is no treatment and she has not performed in 4 years. She just opened the Olympics with this stunning performance. Magnifique. pic.twitter.com/NAkgAJ6wIZ
— Dr. Lucky Tran (@luckytran) July 26, 2024
O apoio da família de Tom Daley
O maior divo LGBTQIA+ dos Jogos Olímpicos continua sendo ele: Tom Daley. O britânico é puro carisma com seus crochês, além do tanquinho que enlouquece fãs do mundo inteiro. Mas dessa vez, o que mais marcou foi o momento fofo do saltador no pódio. Após conquistar a medalha de prata com sua dupla Noah Williams no Salto Sincronizado da Plataforma de 10 metros, Daley mandou beijinhos para o marido Dustin Lance Black, e os filhos do casal, Robbie e Phoenix, que estavam torcendo na arquibancada. A família mais linda das Olimpíadas.
A última vez do capacete LGBT+ de Sharni Williams
A australiana Sharni Williams é um dos ícones do Rúgbi de 7 Feminino e sempre se destacou ao defender o orgulho LGBTQIA+ dentro e fora do esporte. A sua assinatura é o capacete com as cores do arco-íris, que ela usou ao longo de toda a disputa olímpica. Campeã na Rio 2016, Sharni anunciou que Paris 2024 foi sua última Olimpíada, mas se despediu sem medalha, após a Austrália perder a disputa do bronze para os EUA.
O beijo prateado de Perris Benegas
Depois de ficar com um gosto amargo do quarto lugar em Tóquio 2020, a estadunidense Perris Benegas conquistou sua primeira medalha olímpica, uma prata na disputa do BMX Freestyle Feminino. E logo após o resultado, Benegas correu para beijar a namorada Mikaela Herres, numa das cenas mais lindas dessas Olimpíadas.
O beijo dourado de Alice Bellandi
Quem também correu para o beijo foi a italiana Alice Bellandi, que fez história ao conquistar o ouro no Judô para a Itália em sua categoria. A atitude da campeã é ainda mais importante devido ao contexto do seu país, cujo governo de extrema-direita liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni tem afetado diretamente os direitos dos italianos LGBTQIA+ nos últimos anos, vide o recente projeto de lei cujo objetivo é proibir nacionalmente famílias que recorrem à inseminação fora do país – prática comum entre casais homoafetivos italianos -, além da recusa em assinar uma declaração para promover os direitos de pessoas da comunidade em toda a União Europeia.
Alice Bellandi che vince la medaglia d’oro menando un’israeliana e dedicando la vittoria alla fidanzata è il mio nuovo idolo indiscusso ❤️ #Paris2024 #Judo #OlympicGames pic.twitter.com/D3ms7S1WPh
— 𝑮𝒂𝒃𝟒𝑴𝑨𝑴𝑰 🩸 (@Gab97__) August 1, 2024
A celebração do amor gay
Nem todo beijo é para comemorar medalha. Às vezes, é somente para celebrar uma vitória simples, ou o fato de poder amar quem quiser, sem medo. O australiano Campbell Harrison terminou em 19º lugar entre 20 competidores da escalada esportiva, mas sua maior conquista foi celebrar o amor com o namorado Justin em sua primeira vez nas Olimpíadas.
Hóquei, o esporte do orgulho
O Hóquei Sobre a Grama também trouxe bons exemplos de apoio à comunidade, tanto no Masculino quanto no Feminino. O capitão da Alemanha, Mats Grambusch, usou uma braçadeira de arco-íris, assim como a capitã da Holanda, Xan de Waard, que usou a versão atualizada com as cores da bandeira trans, intersexo e do movimento negro. A Alemanha ficou com a prata entre os homens, enquanto a Holanda conquistou o ouro com as mulheres.
A odisseia de Imane Khelif
A história mais impactante dessas Olimpíadas foi protagonizada por Imane Khelif, boxeadora que sofreu ataque transfóbicos, apesar de ser uma mulher cis. A argelina não passou no teste de gênero feito durante o Campeonato Mundial de Boxe de 2023, realizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA), e foi excluída da competição. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) não reconheceu o teste, que não leva em consideração condições cromossômicas excepcionais, e permitiu a participação de Imane nas Olimpíadas.
Ainda assim, a argelina sofreu uma retaliação massiva por parte da extrema-direita no mundo inteiro. Nada que abalasse sua performance nos Jogos. Com o apoio da Argélia – país que criminaliza a transexualidade -, ela seguiu na competição e conquistou a medalha de ouro para seu país.
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O beijo da Rainha
Maior jogadora de futebol de todos os tempos, a brasileira Marta conquistou pela terceira vez uma medalha de prata com a Seleção Feminina, 20 anos depois da primeira, em Atenas 2004, e 16 anos depois de Pequim 2008. A Rainha do Futebol se despediu das Olimpíadas com um pódio inesperado, e celebrou com um beijaço na companheira e também jogadora Carrie Lawrence, que assistiu à final contra os EUA na arquibancada do Parc des Princes.
The Girl from LA
O mundo se despediu dos jogos de Paris, que agora passa o bastão para Los Angeles, próxima sede das Olimpíadas. E, para marcar o novo ciclo, artistas da cidade californiana fizeram uma apresentação especial na famosa Venice Beach, como parte da Cerimônia de Encerramento. Junto a Red Hot Chili Peppers e Snoop Dog, Billie Eilish foi uma das atrações, cantando sua nova música “BIRDS OF A FEATHER” ao lado do irmão, Finneas O’Connell.