A Copa do Mundo no Catar, que começou neste domingo (20), segue rendendo controvérsias – e, desta vez, não pelo futebol. Considerada desde já uma das piores da história da Fifa, o evento ganhou oposição de artistas como Shakira e Dua Lipa, que negaram qualquer envolvimento no torneio em apoio à comunidade LGBTI+. No entanto, o cantor colombiano Maluma parece não partilhar da mesma postura das colegas de trabalho.
Questionado pelos representantes de uma TV israelense na última sexta-feira (18) sobre a reputação do Catar em relação às violações dos direitos humanos no país, Maluma respondeu que iria se apresentar no evento por gostar da vida, da música e do futebol. Ao ser pressionado, o cantor, furioso, abandonou a entrevista, chamando o repórter de “rude”.
"אתה חצוף": שליח כאן חדשות לקטאר @MoavVardi שאל את הזמר מאלומה, שיבצע את שיר האוהדים של המונדיאל, על זכויות האדם בקטאר – השיחה פוצצה | הריאיון המלא – מחר ב-#חדשותהשבת בכאן 11 pic.twitter.com/Jzd0jHyPZZ
— כאן חדשות (@kann_news) November 18, 2022
Quando os boatos de que Dua Lipa se apresentaria na cerimônia de abertura do evento surgiram, a cantora veio a público em suas redes sociais para afirmar que nunca esteve envolvida em nenhuma negociação para se apresentar e que estava “ansiosa para visitar o Catar quando ele tiver cumprido todos os compromissos com os direitos humanos que fez quando ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo”.
O Catar é um país árabe conservador que segue a Sharia, conjunto se leis islâmicas baseadas no Alcorão e que, portanto, considera a homossexualidade como crime, com possibilidade de prisão e até pena de morte. De acordo com a Human Rights Watch, tanto o governo do país quanto a Fifa foram complacentes em problemas como o não pagamento de salários, ferimentos e até mortes nas obras para a Copa.
Neste mesmo mês, Khalid Salman, embaixador do torneio, disse que a homossexualidade é um “dano mental” durante uma entrevista à TV alemã ZDF e, em julho, o diretor da Federação Galesa de Futebol, Noel Mooney, pediu “bom senso” aos torcedores LGBTI+ que forem ao Mundial. “Temos uma comunidade LGBTQ muito forte entre nossos torcedores e um bom número vai viajar, com certeza. Falaram que haverá tolerância, mas mesmo um casal heterossexual não pode mostrar afeto publicamente nas ruas. Pode ser visto como provocação”, disse.
Após a repercussão negativa da entrevista nas redes sociais, Maluma, que ao lado de Nicki Minaj e da cantora libanêsa Myriam Fares, interpreta a faixa tema da Copa 2022 – o single “Tukoh Taka”, segue sem comentar o ocorrido.