Billie Eilish está na capa e recheio da edição mais recente da Variety. Na entrevista, ela fala sobre seu terceiro e ainda inédito disco de estúdio, a possível indicação ao Oscar para “What Was I Made For”, sua música para a trilha sonora de Barbie, e sua relação peculiar com mulheres.

“Eu nunca senti de verdade que conseguia me relacionar muito bem com meninas. Eu as amo demais. Eu as amo como pessoas. Eu me sinto atraída por elas como pessoas. Me sinto atraída por elas de verdade… Eu tenho conexões profundas com mulheres na minha vida… Me sinto fisicamente atraída por elas. Mas me sinto tão intimidada por elas, e pela beleza delas e pela presença delas”, declarou.

Com apenas 21 anos, Billie também comentou a pressão estética sobre seu corpo e a forma como ele é sexualizado desde que ela estourou nas paradas e premiações musicais. “Talvez o fato de eu não me importar em ser sexualizada é porque eu nunca me senti desejada ou desejável. Nunca me senti como uma mulher, para ser honesta com você. Nunca me senti feminina. Tive que me convencer de que sou, tipo, uma garota bonita”, disse, acrescentando: “Eu me identifico como ‘ela/dela’ e coisas assim, mas nunca me senti como uma menina.”

Ela continuou: “Eu tenho peitos grandes. Tenho peitos grandes desde que tinha 9 anos de idade, e é apenas a forma como eu sou. Se você usa algo que é minimamente revelador, todo mundo fica tipo ‘ah, mas você não queria que as pessoas te sexualizassem?’. Você pode ir à merda. Eu sou literalmente um ser que às vezes é sexual. Foda-se!”.

“Ninguém comenta os corpos dos homens. Se você tem músculos, beleza. Se não tem, beleza. Se você é magrelo, beleza. Se tem barriga, beleza. Sabe por quê? Porque meninas são legais. Elas não se importam porque veem as pessoas pelo que elas são”, completou.

Alguns fãs interpretaram a entrevista de Billie como um sinal de que ela pertenceria à comunidade LGBTQIA+, enquanto outra parcela od público foi rápida em apontar que as declarações não significam exatamente isso, pelo menos por ora. De uma forma ou de outra, esta não é a primeira vez que a artista levanta um debate sobre sua sexualidade.

Em 2021, quando lançou o clipe de “Lost Cause” (assista abaixo), Billie apareceu rodeada de meninas se divertindo em casa. Na legenda da publicação que fez para divulgar a produção, ela escreveu: “eu amo garotas”.  O post voltou a levantar um debate sobre se ela estaria se declarando como bissexual ou fazendo queerbaiting. Naquela época, Billie disse que sua sexualidade não era da conta de ninguém.

Ainda no ano passado, a artista comentou sua relação com masculinidade e feminilidade em entrevista ao especial BBC 100 Women: “Eu me sinto mais poderosa quando me sinto mais masculina em minha vida…Também posso encontrar poder na feminilidade. É uma espécie de equilíbrio de ambos”.

“Gosto de me sentir mais masculina do que feminina, isso só me faz sentir melhor”, declarou à época. “Eu lutei com isso por muito tempo porque queria me sentir feminina e gostar disso, mas na verdade não queria. Mas é encontrar momentos em que você possa ter isso e ainda ser bom.”

LEIA TAMBÉM: